Vriesea inflata
Nos anos 1990, durante o boom que consagrou as bromélias
como as plantas mais desejadas, no Brasil, imensa quantidade de plantas foi
extraída da natureza, para abastecer o mercado florescente de ornamentais.
Algumas plantas extraídas da Floresta Atlântica ficaram famosas, ao serem massivamente
oferecidas, nas margens das estradas, destaque para a subida da Serra de
Petrópolis, no Rio de Janeiro. Vriesea inflata era uma delas.
Conhecida vulgarmente como “bromélia-peixinho”, em virtude
do curioso formato de suas inflorescências vistosas, Vriesea inflata era
encontrada por todos os cantos, nas residências dos veranistas, ou de quem
viajava entre o Rio de Janeiro e a Cidade Imperial. O epíteto de seu nome “INFLATA”
diz respeito exatamente a esta forma singular da inflorescência: o conjunto de
brácteas superpostas umas às outras, ao longo da haste, que formam
compartimento inflado. Pressionada sob os dedos, essa inflorescência cede
gentilmente, como um balão de borracha.
Vriesea inflata deixou de ser coletada pelos mateiros, na
esteira da desejável chegada ao mercado das mais lindas bromélias cultivadas,
que apresentavam melhores condições fitossanitárias e cores mais vistosas, além
do preço bem mais competitivo. É assim que se combate a coleta criminosa de
plantas: fornecendo ao mercado mercadorias confiáveis e belas, a preços
razoáveis.
Ela habita os locais mais úmidos das íngremes encostas da
Serra do Mar, em grandes altitudes. Provenientes de apreensões realizadas pelo
extinto IEF (Instituto Estadual de Florestas do RJ), alguns exemplares vieram
dar à coleção, naquela década, sendo hoje mantidas nas árvores do Jardim
Fitogeográficos, muito próximo à sua área natural de ocorrência. A tendência é
que se multipliquem por aí e repovoem as florestas próximas.
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