Hyptidendron asperrimum
A floresta do Jardim Fitogeográfico foi quase
inteiramente reflorestada, pois pouco mais havia, em 2007, quando viemos
residir no local, do que capim-braquiária, taquaras e algumas poucas arvoretas
mirradas. Sobre este reflorestamento, falamos anteriormente, na postagem de 16 de setembro de 2016: http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/09/quesnelia-arvensis-bromelia-da-floresta.html . Bem, dentre essas “arvoretas mirradas”, havia algumas espécies
interessantes, que ganharam viço, durante o trabalho de regeneração da
floresta. Hyptidendron asperrimum (família Lamiaceae) era uma delas.
Trata-se de uma arvoreta característica das matinhas de
encosta de altitude da Serra dos Órgãos, em sua vertente interiorana, onde
predomina o clima estacionalmente seco de inverno. Ocorre em outras partes do
Sudeste e até mesmo no Mato Grosso. Nos domínios das escarpas e vertentes
voltadas ao Vale do Paraíba, costumam ocupar bases de paredões de pedra, ou
florestas baixas dos topos de morros, onde os solos são fracos e muito
drenados, situação mais ou menos do local onde estamos.
Hyptidendron
asperrimum produz flores violeta, que surgem principalmente nesta época do
ano – final de inverno a início de primavera. Junto com elas, vêm os
pintassilgos (Carduelis magellanica), que são minúsculas joias cantarolantes,
amarelo-ouro, matizadas de negro, que cantam maviosamente, enquanto forrageiam
nessas flores, ocasionando lindo contraste.
É uma arvoreta baixa, de seus cinco metros, pouco mais, com
tronco recoberto por espessa casca suberosa, como o são muitas árvores deste
tipo de floresta. Por isso, presta-se razoavelmente bem para algumas bromélias,
que foram afixadas nos troncos de alguns exemplares do Jardim Fitogeográfico.
Plantas dos gêneros Vriesea, Aechmea e Quesnelia se deram bem neste tipo de suporte, embora exista risco
de desplacamento ocasional, coisa usual em plantas de climas estacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário