terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PLANTAS DO JARDIM FITOGEOGRÁFICO – TARUMÃ

terça-feira, 6 de dezembro de 2016


flores do tarumã - Vitex megapotamica

A floresta recuperada do JARDIM FITOGEOGRÁFICO é um feliz consórcio entre árvores da Floresta Atlântica, plantadas desde 2007, e tantas outras essências nativas, surgidas de forma espontânea. Algumas dessas plantas nativas, surgidas como alegres surpresas, sem que tivessem sido plantadas, vieram pelo vento, enquanto muitas outras chegaram com os passarinhos. Vitex megapotamica (o tarumã) foi uma dessas.

Vitex megapotamica pertence à família botânica Lamiaceae e já foi conhecida como Vitex montevidensis, sendo árvore que se espalha amplamente, desde o Sudeste, até o Rio Grande do Sul, adentrando o Uruguai e Prata. Cresce relativamente rápido e faz parte daquele grupo de árvores que perdem as folhas anualmente – árvores decíduas ou deciduais. Muitas de nossas árvores de Petrópolis são deciduais, característica que foi herdada de eras passadas, quando elas se livravam das folhas, para enfrentar longos invernos secos e frios. Hoje, a deciduidade serve bem para o enfrentamento da seca rigorosa, que se abate sobre as vertentes interioranas da Região Serrana Fluminense.

O tarumã tem importância relacionada à sua origem, no Jardim Fitogeográfico: é planta que produz grande quantidade de frutinhos pretos, adorados pelas aves. Essa característica, é claro, é bem vinda aqui em nossa floresta recuperada, somando-se ao camboatá (ver postagem - Camboatá Sustento da Fauna ), do qual já falamos anteriormente, no suprimento de alimentos à cada vez mais diversificada avifauna local. Mas, o tarumã também é muito importante como abrigo para algumas epífitas da coleção de plantas do JARDIM FITOGEOGRÁFICO, por possuir casca bem suberosa e de fácil fixação para orquídeas e bromélias.


Num tarumã que fica situado junto à entrada para as trilhas da floresta recuperada, estão agarradas bromélias como Neoregelia princepsVriesea phillippocoburgii e outras bromélias, que gostam bastante da deciduidade invernal da árvore, que permite a entrada de maior quantidade de luz, durante os dias frios de inverno. Mas, não há dúvidas, Vitex megapotamicaé muito mais importante para a passarada, que também a utiliza como ponto de pouso, de onde muitos beija-flores esquadrinham as lindas inflorescências de Schwartzia brasiliensis, situadas sobre um grande muro de pedras próximo.

o tarumã, ao centro, também serve de pouso às aves, de olho nas inflorescências nectarinas do rabo-de-arara (Schwartzia brasiliensis), em primeiro plano, à direita

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