Schwartzia brasiliensis
As restingas arenosas do litoral brasileiro, principalmente
aquelas da Região Sudeste, são a pátria de muitas belas plantas, que cultivamos
em nossos jardins. O ambiente úmido, disposto a fortes índices de radiação
solar, fez surgir diversas plantas de folhas duras e resistentes, muitas delas produzindo
flores vistosas, servindo para atrair seus polinizadores tão longe das
florestas. As orquídeas e bromélias das restingas são célebres pelo seu caráter
escultural; mas, as trepadeiras e plantas escandentes da matinha baixa das
restingas também guardam lindas surpresas.
Uma dessas gratas surpresas das baixadas litorâneas do país
é Schwartzia
brasiliensis, antes conhecida como Norantea
brasiliensis, uma marcgraviácea arbustiva, que se entremeia às arvoretas
ramificadas dos scrubs costeiros.
Ocorrem desde o Ceará, no Nordeste, até Santa Catarina, na Região Sul. Mas, é
nas restingas fluminenses que essas belíssimas plantas mostram seu efeito
paisagístico, com maior força. No litoral do Rio de Janeiro, eram avistadas nas
restingas da Barra da Tijuca, já completamente extintas, e também na Região dos
Lagos, no litoral de Cabo Frio.
O nome aqui referido – rabo-de-arara – não é muito conhecido
e serve mais à sua parente do Brasil Central: Norantea guianensis.
Sendo planta muito pouco difundida, em nossos jardins, é mais conhecida como “norantea”,
simplesmente. Não é assim tão fácil de se conseguir uma muda de Schwartzia brasiliensis, nos hortos
comerciais, certamente não se devendo isso a qualquer dificuldade de
propagação, pois isso se dá com razoável facilidade, usualmente por mergulhões
e alporques, também através de sementes, que germinam ao redor da planta,
principalmente nas bainhas das folhas das bromélias-tanque.
Essa capacidade de germinar no meio das bromélias é justamente
um dos recursos desta planta, nas restingas, para saltar os vazios arenosos,
que costumam se interpor, entre uma ilha e outra de vegetação arbustiva. Por lá,
são vistas misturando suas inflorescências extremamente ornamentais às de
bromélias importantes, como Vriesea
neoglutinosa e Vriesea procera,
assim como de orquídeas comuns desse ecossistema, tais como aquelas do complexo
de Epidendrum secundum.
As inflorescências de Schwartzia brasiliensis possuem
nectários que propiciam maná para aves, muito especialmente beija-flores, que
acorrem com frequência, assim como saíras, cambacicas e tantas outras aves
tropicais. Por isso, o rabo-de-arara deveria ser muito mais utilizado, em
nossos jardins residenciais, para trazer para perto de nós essas joias
voadoras, que alegram o ambiente. No JARDIM
FITOGEOGRÁFICO, integram os maciços de arvoretas e arbustos de
restingas e campos rupestres, imitando a maneira com que ocorrem na natureza.
Acima - Schwartzia brasiliensis no JARDIM FITOGEOGRÁFICO
Abaixo - Os maciços de plantas do JARDIM FITOGEOGRÁFICO buscam imitar a natureza: Schwartzia brasiliensis, junto com a bromélia Vriesea neoglutinosa, ambas das restingas fluminenses
Olá Orlando! Muito grata por sua contribuição. Estou pesquisando plantas que se adaptam à maresia, ventos fortes e muita umidade e acabei descobrindo a Norantea. Ela parece ser incrível!
ResponderExcluirNo final do mês de janeiro último ao passar pela rodovia entre Bertioga e Barra do Una (São Sebastião) avistei algumas em plena floração. Destacam-se em meio à vegetação, pois são muito vistosas. Mas não são abundantes. Talvez dentro de alguns anos desapareçam, com a ocupação frenética dessa região do litoral paulista. Um pena, tão linda e tão ignorada.
ResponderExcluirEu amo!A minha está crescendo na frente da minha casa para fechar a grade.Ela vai se enroscando na grande nao preciso nem conduzir...já está ficando linda!Abraços
ResponderExcluir