terça-feira, 27 de dezembro de 2016

PLANTAS DO JARDIM FITOGEOGRÁFICO – A ORQUÍDEA EPIDENDRUM SECUNDUM


Epidendrum secundum

Existe um grupo curioso e intrigante de orquídeas, em nossa flora, que seguramente ainda comportaria muitos estudos taxonômicos: falamos da aliança que gira em torno de Epidendrum secundum. Já estivemos a mostrar uma linda espécie do JARDIM FITOGEOGRÁFICO, que é Epidendrum xanthinum (ver postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/09/plantas-do-jardim-fitogeografico_19.html ), uma planta bastante comum na Serra do Mar, com flores amarelas, que bem ilustra essa pendência. Mas, há tantas outras nativas, além de uma série de cultivares hortícolas, que foram introduzidas no mercado de plantas ornamentais e ocorrem quase que espontaneamente, em jardins residenciais, e aumenta a confusão, toda vez em que as avistamos.

Nossa série de publicações não tem objetivos de complicação e preferimos simplesmente apresentar cada planta que mantemos em cultivo, deixando aos aficionados a tarefa árdua de se ver a braços com a questão. Epidendrum secundum já foi conhecida com diversos nomes, tais como Epidendrum ellipticum, E. crassifolium, E. elongatum, entre tantos outros, o que se deveu, sem qualquer sombra de dúvidas, às suas possíveis e usuais variações regionais, que simplesmente não sustentaram reconhecimento como espécies diferentes. Então, até segunda ordem, o táxon válido é mesmo Epidendrum secundum Jacq.


 Acima – Epidendrum secundum da Serra da Piedade, em Minas Gerais
Abaixo – Inflorescências de E. secundum das montanhas do Peru (Machu Pichu)


A planta pode ser encontrada numa grande variedade de condições de crescimento, assim como numa vasta área geográfica de ocorrência, que inclui desde a Floresta Atlântica, até países vizinhos, como Peru, onde ela ocorre na lendária cidade perdida de Machu Pichu. Seu modo preferencial de crescimento, contudo, é mesmo o saxícola – aquele em que a planta medra nas frestas de rochas, metendo suas raízes nos restos de folhas secas e detritos. Adora sol, luz solar direta, quando consegue emitir suas mais vistosas inflorescências, que também variam de cores, entre o róseo (mais comum) e tonalidades vináceas e até amareladas.

No JARDIM FITOGEOGRÁFICO, Epidendrum secundum praticamente se naturalizou e se propaga hoje por diversos cantos, aos quais chega, através de sementes, ou divisão de rebentos, que aparecem junto à inflorescência e emitem dali novas raízes.


Acima – Epidendrum secundum vegetando sobre muro de pedra, na coleção do JARDIM FITOGEOGRÁFICO. Note os rebentos, que surgem nas hastes das inflorescências, dali enraizando e se propagando

Abaixo – A orquídea empresta notável efeito ornamental, na Fonte da Musa do JARDIM FITOGEOGRÁFICO


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