Cattleya purpurata "carnea" - Acima
Ainda nos tempos em que se chamava simplesmente Laelia purpurata (lê-se Lélia purpurata), na primeira metade do Século XX, Cattleya purpurata foi reconhecida como “ rainha das orquídeas”, evidentemente pelo inquestionável apelo de sua beleza. Nossa Lélia purpurata ganhou os mercados, diretamente de Santa Catarina, sua pátria mais afamada, para o mundo inteiro, no qual foi reconhecida e desejada, para tristeza de nossas matas litorâneas, que a viram minguar à quase completa extinção, antes de fechado aquele Século XX.
Cattleya purpurata (que ainda passou, recentemente, pelo nome de Brasilaelia purpurata, antes de ser considerada uma Cattleya) ocorria de forma abundante, desde o Rio Grande do Sul, até os limites entre Santa Catarina e Paraná, onde se interrompia sua ocorrência natural, para, de modo abrupto e ainda hoje inexplicável, reaparecer em São Paulo e, episodicamente, próximo a Paraty, no estado do Rio de Janeiro, segundo relatos fidedignos. Existem ainda suposições de sua ocorrência no Espírito Santo. Porém, em todos esses locais, representa hoje raridade botânica, em face de sua coleta desenfreada, no passado.
O mercado reconhece diversas “variedades” de Cattleya purpurata, que os iniciados chamam também, simplesmente, de “purpuratas”, passando ao largo das pendengas taxonômicas. Porém, relutamos em reconhecer genuínas variedades nessas centenas de formas, uma vez que parecem nunca ter formado populações geográficas (ver postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/10/plantas-do-jardim-fitogeografico_9.html). Ao que tudo indica, essas muitas lindas formas, que não cessam de aparecer, ainda hoje, surgiram em cultivo e pós-coleta, podendo quando muito ser caracterizadas como “variedades hortícolas” e não realmente subespécies naturais.
Cattleya purpurata "Rio do Sul"
Acima e Abaixo - População natural de Cattleya purpurata, numa figueira, no litoral do Rio Grande do Sul
Fato é que são plantas relativamente fáceis de cultivar, trazendo muita alegria aos orquidófilos, pelos resultados fascinantes, traduzidos em florescimentos impactantes, embora não duradouros, o que talvez lhes tenha roubado espaço, nos mercados. Nesta época do ano – meio da primavera – Cattleya purpurata realmente explode em flores e alegra os cultivos. Responde bem às adubações e tolera amplos gradientes de luz, embora aprecie copiosas regas, no início da estação.
Na coleção do JARDIM FITOGEOGRÁFICO, Cattleya purpurata habita a estufa, principalmente, ambientando-se também, de forma gloriosa, nos galhos de algumas árvores da floresta recuperada.
Abaixo - Plantas de Cattleya purpurata, nas árvores da floresta recuperada do JARDIM FITOGEOGRÁFICO
Acima - ilustração de Cattleya purpurata de Orlando Graeff
Acima - variedade hortícola de Cattleya purpurata, cultiva na estufa do Jardim Fitogeográfico, exibindo trinta e duas flores, na estação de 2016
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