Acima - Vista ao entardecer do Jardim Fitogeográfico
Tudo bem. Você acompanhou nossas sugestões de como “dar
entrada” de uma nova planta em sua coleção; e depois de como manter suas
plantas no lugar onde você mora, ou trabalha (se for uma instituição). Viu como
organizar o cadastro de suas joias botânicas (postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2017/12/organizando-uma-colecao-de-plantas.html ), numerando-as e
catalogando-as, para que nunca mais se percam os preciosos dados e a história
de cada plantinha. Depois, conheceu a maneira como mantemos as plantas aqui no Jardim Fitogeográfico (postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2018/02/organizando-uma-colecao-de-plantas.html), onde temos como
objetivo, além de acompanhar as espécies, individualmente, a contínua
observação de como interagem com o meio, em cópias jardinoculturais de seus
habitats naturais. Mas, deve estar se indagando: - Como vou localizar minhas joias botânicas, no meio desses jardins?
Que tal conhecer nossa metodologia? Devo adiantar que, em
vista de minha natureza artística, você não encontrará aqui aqueles incríveis
infográficos, muito menos recomendações de softwares avançados, baseados em
complexos sistemas computacionais. Não, aqui no Jardim Fitogeográfico, você
observará a mais fundamental aplicação da arte na ciência. Aliás, deixem-me
dizer: nada tenho contra a modernidade da informática. Mas, por
essência, valorizo a ARTE e prometo que ainda lhes vou explicar isso melhor,
numa outra postagem, na qual falarei sobre ARTE, CIÊNCIA E PAISAGEM.
AS PLANTAS NA
ESTUFA: Já falei, anteriormente, vão de etiquetas e simples
conferência, de tempos em tempos, nada mais. Só reforço a ideia de que suas
etiquetas sejam rigorosamente acompanhadas, para evitar equívocos com trocas
acidentais de identidades ou perdas de etiquetas. No mais, cada um poderá
desenvolver seus próprios sistemas e materiais.
AS PLANTAS NOS
CANTEIROS E JARDINS: Lembram-se daqueles canteiros, que mostramos aqui, na
postagem anterior? Então, imagine como é que a gente consegue saber qual planta
é qual, em meio a tanta diversidade? Pois bem, a cada cerca de dois anos,
dependendo do andamento das coisas, realizamos um meticuloso recadastramento
dos canteiros, conferindo se as plantas ainda estão vivas (usualmente estão!)
e, em determinados casos, transferindo-as para outros canteiros, onde
encontrarão melhores condições para cada espécie. São feitos croquis e tiradas
fotos, registrando a condição naquele instante, seguindo-se a elaboração de
desenhos em planta-baixa, não necessariamente em escala definida. Esses
desenhos trazem a localização de cada espécie, acompanhada de seu nome e
numeração na coleção.
Ao longo do tempo, havendo alterações nesta localização ou
até mesmo retirada ou morte de exemplares, são efetuadas anotações, que são
averbadas nos desenhos, ou mesmo anotadas na listagem geral. Assim, quando
chegar a época de novo recadastramento (o que está ocorrendo exatamente agora,
no Jardim Fitogeográfico), essas eventuais alterações serão consideradas, na
elaboração de novos croquis e desenhos.
TODOS OS CANTEIROS E
JARDINS SÃO FOTOGRAFADOS, POR OCASIÃO DO RECADASTRAMENTO, GERANDO REGISTRO DE
SUA SITUAÇÃO E FACILITANDO A LOCALIZAÇÃO DAS PLANTAS.
Veja adiante exemplos de canteiros cadastrados no JARDIM
FITOGEOGRÁFICO, em acordo com a metodologia descrita:
Acima - planta esquemática de um canteiro do Jardim Fitogeográfico, segundo cadastro recente
Abaixo - o mesmo jardim, em fotografia atualizada
A Seguir - A mesma sequência desenho-planta-baixa / fotografia de outro canteiro - o Canteiro Sudoeste
AS PLANTAS NO
ARBORETO: Na postagem – A
Floresta Recuperada do Jardim Fitogeográfico (link - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/10/a-floresta-recuperada-do-jardim.html), você poderá
conferir a origem do arboreto, que nada mais era, em 2008, que um capinzal, com
algumas poucas árvores espontâneas, na parte posterior de nossa residência,
onde está situado o projeto do Jardim Fitogeográfico. Hoje, forma uma bela
floresta, comportando grande parte da coleção de bromélias e outras plantas
epífitas. Existem aí DOIS SISTEMAS DE CONTROLE, que se interconectam: 1) CADASTRO DE ÁRVORES-SUPORTE (FORÓFITOS) ; 2) CADASTRO DOS CAMINHOS, no qual são registrados tanto
a posição das árvores-suporte numeradas, quanto as plantas encanteiradas no
solo, ao longo das trilhas.
Assim como ocorre no caso dos canteiros, anteriormente
referidos, tudo isso é registrado em fotografias, para ajudar no cruzamento de
dados, que permitirá melhor localização e controle das plantas. Veja a seguir
exemplos de como são feitos o registro das árvores-suporte e dos caminhos em
geral.
Acima - croquis cadastral da árvore-suporte 07 (A07)
Abaixo - imagem recente deste forófito A07 - uma pitangueira, aliás, excelente árvore-suporte
Adiante - sequência similar, que mostra as árvores-suporte A22 e A23, uma aroeirinha e uma capororoca, respectivamente, com suas hóspedes bromélias e orquídeas
Você poderá eleger seu próprio sistema de organização, ou
criar você mesmo, de acordo com suas habilidades e seu conhecimento. Mas, nunca se esqueça da importância que sua coleção poderá ter
para a ciência e a cultura. Já vi inúmeras coleções desaparecerem,
até mesmo as minhas! A perda é inegável, para a natureza, porque as plantas
deixaram de estar nos habitats, para desempenhar suas funções ecológicas; e
para a cultura e ciência, porque o conhecimento não deixou nada para as futuras
gerações. Então, cuide bem de suas plantas e de sua coleção.
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