domingo, 27 de fevereiro de 2022

 

As Origens do jardim Fitogeográfico

Quando comecei a postar na internet fotografias de meus jardins, em Petrópolis, muitos anos atrás, adotei a denominação Jardins do Templo Fitogeográfico, mais por uma licença poética do que por qualquer pretensão de criar alguma seita religiosa ou coisa parecida. Mas, foi inevitável: Muitos de meus amigos e conhecidos ficaram intrigados – com razão, creio eu. Pensei que isso se tornara uma oportunidade de contar sobre essa coisa da Fitogeografia e o que teriam meus jardins, afinal, a ver com um templo. Não demorou para que eu mudasse o nome para JARDIM FITOGEOGRÁFICO, pois não desejava adentrar o terreno da metafísica ou religiosidade.

Desde garoto, sempre fui muito idealista. Nasci com alguns sonhos, tal como um computador, que já é fornecido com o que os iniciados chamam: Programas Nativos. Isso quer dizer, tanto no caso da informática, quanto em minha cacholinha, que essas coisas tinham vindo de fábrica e, como tal, não seria razoável mexer. Afinal, não eram sonhos de ambição e poder, propriamente ditos. Era a idealização da profissão; das tarefas a serem realizadas (em busca de um mundo melhor, pensava); a maneira como encarar o amor; meus dotes artísticos; e, muito ligado a tudo isso, como deveria ser o ambiente à minha volta.

Essa coisa do ambiente acabou se transformando num mote generalizado, ao longo dos anos 1990, na esteira da Rio-92, impulsionando a luta ambientalista, à qual acabei aderindo também, por já estar nessa correnteza desde quando a enchente começou. Quanto aos outros sonhos, jamais os deixei apagar, muito pelo contrário, transformei-os em projetos, metas de vida, que venho cumprindo, uma a uma, ao longo dos 63 anos que já vivi. Essa coisa de “como deveria ser o ambiente à minha volta” acabou sintetizando um princípio fundamental para mim: VIVER BEM É MORAR BEM.

Durante anos, habitei casas alugadas, o que emprestava caráter transitório a tudo que fazia. Mesmo assim, tratava com imenso respeito esses lugares, vivenciando-os como se fossem meus. Isso, claro, produziu bons tratos que seguramente fizeram felizes muitos senhorios, mas que resultavam repetidos desgastes em meus sonhos, dentre eles, aquele que se personificava numa de minhas mais antigas manias: Minha COLEÇÃO DE PLANTAS.

O menino que, aos dez anos, não revela interesse em colecionar qualquer cousa instrutiva não evidencia espírito de pesquisa e nem promete ser indivíduo muito útil à humanidade”. Essas palavras não são minhas, mas de Frederico Carlos Hoehne, um dos mais célebres naturalistas que o Brasil já teve, e abrem o prefácio de sua famosa obra: Iconografia de Orchidaceas do Brasil, editada em 1949, pela Secretaria de Agricultura de São Paulo, onde Hoehne produziu inestimável contribuição ao conhecimento da flora brasileira. Minha coleção de plantas – orquídeas, principalmente – iniciou-se por volta de 1972, na casa de meus pais, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Juntamente com meu amigo Flavio Coutinho Ferreira, interessei-me pelas florestas e pelas plantas tropicais. Improvisei um ripado, aos fundos da nossa casa e comecei a juntar minhas primeiras plantas.

Nunca mais deixei de fazê-lo, tendo reiniciado diversas vezes, em função de “viagens de vida” que foram a faculdade (UFRRJ) e minha expressiva permanência no Mato Grosso, na década de 1980. Em cada coleção que empreendia, organizava mais minhas plantas, passando a conduzi-las como verdadeiros bancos de espécies, com diversas origens. Depois de ter passado pela presidência da Sociedade Brasileira de Bromélias-SBBr, no início dos anos de 2000, minha coleção se transformou definitivamente numa ferramenta de ciência, mostrando que Hoehne não estava errado, afinal.

Enquanto presidi a SBBr, estreitei meus laços ainda mais com o mundo científico, através das conversas e de meu aprendizado com cientistas de peso, que colaboravam nas ações da entidade: Rafaela Forzza, que hoje coordena o Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Gustavo Martinelli, da mesma instituição, que coordena a lista das espécies da flora brasileira e criou o CNCFLORA – CENTRO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA FLORA; além de pesquisadores de outras instituições ou para-institucionais que, assim como eu, davam seus esforços para o conhecimento e conservação das bromélias: Elton Leme, Ivo Penna, Luiz Felipe Nevares de Carvalho, Miriam Mendonça, Maria Esmeralda Demattê;  foram alguns desses nomes inspiradores, durante os tempos da SBBr.

Minha coleção, desde então, tem contribuído com novidades e preciosas informações para a ciência: Espécies novas; dados ecológicos e geográficos; cultivares etc. Em 2015, publiquei a obra FITOGEOGRAFIA DO BRASIL, UMA ATUALIZAÇÃO DE BASES E CONCEITOS, para a qual a experiência horticultural do JARDIM FITOGEOGRÁFICO  contribuiu imensamente.

Em 2009, comecei finalmente a dar vida ao projeto da MINHA CASA, deixando para trás a fase das contínuas mudanças de endereço... Meu endereço e também o da COLEÇÃO DE PLANTAS! Meu grande amigo Arquiteto Pedro Quintanilha concebeu o projeto da casa e contribuiu muito para o equacionamento da ocupação do terreno. Não era uma mansão, mas nasceria com DNA caprichado: Enviei ele meus desenhos, aqueles que ilustravam o sonho de como seria o AMBIENTE dessa casa, produzindo, deste modo, a indivisível hibridação daquilo que eu pensava com o que um Arquiteto competente como ele seria capaz de transformar num projeto de verdade.

Mergulhei fundo nesta realização e dediquei os seis últimos meses do período das obras, em 2009, à execução dos jardins... O Jardim Fitogeográfico. Devo lembrar a muitos que não me conhecem tão bem que sou paisagista e, durante muitos anos, dediquei-me tornar realidade os sonhos jardinoculturais dos outros. Era chegada a minha vez! Com a ajuda de alguns funcionários, plantei as plantas da coleção diretamente em jardins projetados especificamente para abrigá-las. A partir de meus conhecimentos e experiências sobre os habitats dessas plantas, que eu visitara Brasil afora, conseguimos dar vida a réplicas de algumas dessas paisagens botânicas, onde essas plantas cresciam, nos diversos ecossistemas do país.

A essas alturas, eu já me encontrava imerso nos estudos e na organização do meu primeiro livro que vinha preparando desde 2006, que tem como tema exatamente a Fitogeografia. Por que existem algumas vegetações do Brasil e de países vizinhos? Como elas surgiram? Como elas são? Esses assuntos se transformaram na trilha de minha vida, nos anos de 2006 a 2015, quando foi publicada a obra. Não haveria como enxergar os jardins de minha casa, assim como a coleção de plantas que neles encontrara abrigo definitivo, como algo diferente do que um aprendizado, uma contínua reflexão sobre tudo que venho tentando desvendar, nas paisagens do Brasil. Da janela de meu escritório, observo como orquídeas e bromélias se desenvolvem, em meio a massas de arbustos e arvoretas de nossa flora. Ao percorrer diariamente a floresta que replantei, aos fundos da casa, sobre uma encosta árida, desvendo relações entre as plantas nativas da coleção – que ali também estão – e suas árvores-suporte ou sobre os diversos substratos que a mata oferece. Esse setor é hoje tratado como o ARBORETO.

Enquanto escrevo e reviso meus textos, durante horas a fio, aprendo mais com as plantas, que me dão lições sobre sua ecologia. Princípios e hipóteses que estudo ou formulo são testados ali mesmo, na frente de minha janela, nos fundos de minha casa. Eis aí a origem do JARDIM FITOGEOGRÁFICO: Fruto de sonhos inatos e vocações compreendidas; Inspirado nos naturalistas como Hoehne; Direcionados ao aprendizado e à reflexão, além da contemplação mais lúdica, é claro.

O JARDIM FITOGEOGRÁFICO, como pode ser entendido, se desenrola ao redor de minha residência, no interior de um condomínio fechado de casas, em Petrópolis, Rio de Janeiro. Não é um parque público, embora eu venha tentando já há anos conseguir uma área em que possa ser implantado um projeto coirmão ao JARDIM FITOGEOGRÁFICO, porém com objetivos de uso público, estendendo assim sua missão de educação ambiental e conservação da flora. A Convenção de meu Condomínio veda uso comercial e desincentiva fortemente a visitação de seu interior. Entendo o propósito fundamental, que seria a preservação do sossego de seus moradores – inclusive eu! Mas, isso é levado tão a sério, que um esforço recente de implementar uma trilha contemplativa, para os jovens e amantes da natureza, numa área de reserva florestal do Condomínio foi duramente barrada, mesmo se tratando de seus próprios moradores os potenciais visitantes.

Haverá um dia, estou certo, em que teremos um JARDIM FITOGEOGRÁFICO  aberto ao público, contribuindo com o desenvolvimento de uma relação afetiva do homem com o ambiente natural e sua flora. Por ora, aqueles que apreciam as plantas e se interessam por seus aspectos pitorescos podem acompanhar a hashtag #jardimfitogeografico ou #phytogeographicalgarden, que conduz às constantes publicações no Instagram ou na página do JARDIM FITOGRÁFICO no FACEBOOK. Espero vocês lá.





Acima - Jardins Dianteiros, onde são cultivadas espécies de ecossistemas campestres ou de maior iluminação. Abaixo - Detalhe dos Jardins Dianteiros e suas plantas






Acima - Duas espécies baianas de bromélias: Aechmea amicorum e Aechmea discordiae

Abaixo - Canteiro de bromélias Alcantarea vinicolor do Espírito Santo, em pleno florescimento








Acima - Alcantarea imperialis em flores, no Jardim Dianteiro.
Abaixo - Barbacenia purpurea (Velloziaceae) e as bromélias Neoregelia correia-araujoi e Neor. carcharodon, ambas do Rio de Janeiro


Adiante - A Fonte da Musa e a Serra da Maria Comprida, ao fundo






Abaixo - O belo florescimento da célebre "lélia-da-gávea" - Cattleya lobata (Orchidaceae), num muro de pedra, onde se reproduz parcialmente seu habitat



Abaixo - Vista do setor próximo ao Arboreto, com a estufa da coleção ao fundo


A Seguir - Instantâneos do Arboreto e suas plantas




Adiante - Mais alguns aspectos do Jardim Fitogeográfico e suas plantas




Não deixe de visitar outros links de postagens do Jardim Fitogeográfico, neste mesmo blog - Orlando Graeff Escreveu



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

PLANTIO DIRETO E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA


O plantio direto na palha já é hoje um conjunto de técnicas que se consagrou na agricultura do país, sendo responsável pela nossa incomparável capacidade produtiva, que virou bandeira mundo afora. Você encontrará extensa e completa literatura técnica a respeito do assunto, por todos os cantos, não sendo aqui nossa intenção tratar do plantio direto de forma complicada e hermética. Apenas lançamos mão de uma publicação neste blog, com o objetivo de esclarecer um pouco o que tem a ver esse assunto agronômico com a conservação da natureza, em especial, com nosso protocolo de manejo da Reserva Natural da Fazenda Ipanema, no cerrado mato-grossense.

Assim, a partir de um passeio de bicicleta, durante o qual realizamos a vistoria das interfaces de áreas de vegetação nativa protegida, na Reserva Natural da Fazenda Ipanema, capturamos algumas imagens e as trouxemos ao blog, para mostrar exatamente no que consiste o ganho ambiental do plantio direto na palha. Devemos ressaltar que, desde o início dos anos 1980, quando este autor iniciou sua vivência agronômica no estado do Mato Grosso, envidou todos os esforços possíveis para divulgar e defender o sistema do plantio direto na palha, que somente passou a ser definitivamente trazido ao cerrado do meio ao final da década de 1990. Reivindicamos a nós, portanto, uma ínfima parte ao menos dos créditos de pioneirismo no avanço do PD no Centro-Oeste.

Apenas para esclarecer no que consiste o plantio direto na palha (assim como o cultivo mínimo, que é seu nível intermediário de aplicação), explica-se: plantio direto na palha é um conjunto de procedimentos, a partir do qual o solo não é revolvido, ou o é raramente, na tarefa de plantar e colher lavouras. O objetivo fundamental do PD é a conservação das propriedades físico-químicas do solo, sendo sua meta principal o acúmulo gradual de palha sobre o solo e de matéria orgânica dentro dele. Objetivo assessório, embora extremamente importante para os resultados finais, é o incremento da complexidade ecológica do ecossistema agrícola (agroecossistema). Essa complexidade se traduz no aumento da diversidade de organismos vivos que habitam a lavoura, ao longo de seu ciclo, desde insetos, aranhas e aves, até grande mamíferos, que passam a circular mais pela área.

Esse agroecossistema extremamente dinâmico de uma lavoura conduzida sob sistema de plantio direto na palha resulta na invariável diminuição de defensivos agrícolas aplicados – venenos – o que, por si só, já representa vantagem para o agricultor, que conta com culturas bem mais resilientes que aquelas outrora pobres em seres vivos. A diminuição da erosão dos solos é outra imensa vantagem do PD. Mas, também para as áreas protegidas de vegetação ao redor existem vantagens imensas. Aquelas lavouras áridas e poeirentas dos anos 1970, que representavam ruptura abrupta das relações ecológicas entre fragmentos de cerrados e matas, deram espaço a movimentadas “pradarias”, que atraem aves, répteis e mamíferos para suas atividades diárias. Ou seja, essas lavouras sob o PD se tornaram como que fisionomias similares àquelas campestres, cujo efeito atrativo para a fauna é inconteste para qualquer cientista que estude os ecossistemas naturais do Brasil.

Apenas para resumir toda essa história, uma vez que já havíamos prometido não nos estender no assunto, a presença de nossas áreas de vegetação nativa protegida da Reserva Natural da Fazenda Ipanema emprestam seus bichos às lavouras conduzidas de entremeio a cerrados e florestas; enquanto estas, por seu turno, propiciam sustentação inequívoca para essa mesma bicharada que, não fosse assim, teria suas populações inevitavelmente reduzidas, pelo efeito de borda das lavouras estéreis do Século passado. Ganha a natureza, com a sustentação de sua fauna e flora; ganha também a agricultura, que recebe os imensos benefícios dessa complexidade ecológica, diminuindo seus custos e aumentando sua produtividade.

Confira nas imagens que obtivemos hoje um pouco do que afirmamos acima:


A seguir – Observe o aspecto interno de um stand de soja conduzido no sistema de plantio direto na palha. Sobre o solo, jaz espessa camada de folhas e restos de lavouras anteriores, que forma um manto protetor, reduzindo erosão e servindo de abrigo e alimentação para uma infinidade de seres vivos.







Acima e abaixo – veja uma lavoura de soja, próxima da hora da colheita, na qual o solo se encontra repleto de palha. Essa palha não será retirada e, logo após a colheita, nova lavoura (milho) será plantada diretamente sobre ela, produzindo gradualmente ganho de matéria orgânica enriquecedora





A seguir – O autor, em seus trajes de ciclista, examina a camada de matéria orgânica depositada sobre o solo, nessa mesma lavoura, mostrando a espessura razoável da manta protetora






Acima – Aspecto da paisagem da interface entre uma área de cerrado/cerradão protegida da Reserva Natural da Fazenda Ipanema e um stand de soja que inicia sua maturação e se mostra muito produtivo.
Veja o vídeo que exibe um panorama desse convívio entre lavouras de plantio direto na palha e fragmentos conservados de vegetação da Reserva Natural da Fazenda Ipanema, passando pelas pegadas recentes do lobo-guará, um dos mais assíduos frequentadores do local, que atrai inclusive onças-pardas


domingo, 18 de fevereiro de 2018

ORGANIZANDO UMA COLEÇÃO DE PLANTAS – PARTE III – O MAPA DO TESOURO



Acima - Vista ao entardecer do Jardim Fitogeográfico


Tudo bem. Você acompanhou nossas sugestões de como “dar entrada” de uma nova planta em sua coleção; e depois de como manter suas plantas no lugar onde você mora, ou trabalha (se for uma instituição). Viu como organizar o cadastro de suas joias botânicas (postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2017/12/organizando-uma-colecao-de-plantas.html ), numerando-as e catalogando-as, para que nunca mais se percam os preciosos dados e a história de cada plantinha. Depois, conheceu a maneira como mantemos as plantas aqui no Jardim Fitogeográfico (postagem - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2018/02/organizando-uma-colecao-de-plantas.html), onde temos como objetivo, além de acompanhar as espécies, individualmente, a contínua observação de como interagem com o meio, em cópias jardinoculturais de seus habitats naturais. Mas, deve estar se indagando: - Como vou localizar minhas joias botânicas, no meio desses jardins?

Que tal conhecer nossa metodologia? Devo adiantar que, em vista de minha natureza artística, você não encontrará aqui aqueles incríveis infográficos, muito menos recomendações de softwares avançados, baseados em complexos sistemas computacionais. Não, aqui no Jardim Fitogeográfico, você observará a mais fundamental aplicação da arte na ciência. Aliás, deixem-me dizer: nada tenho contra a modernidade da informática. Mas, por essência, valorizo a ARTE e prometo que ainda lhes vou explicar isso melhor, numa outra postagem, na qual falarei sobre ARTE, CIÊNCIA E PAISAGEM.

AS PLANTAS NA ESTUFA: Já falei, anteriormente, vão de etiquetas e simples conferência, de tempos em tempos, nada mais. Só reforço a ideia de que suas etiquetas sejam rigorosamente acompanhadas, para evitar equívocos com trocas acidentais de identidades ou perdas de etiquetas. No mais, cada um poderá desenvolver seus próprios sistemas e materiais.

AS PLANTAS NOS CANTEIROS E JARDINS: Lembram-se daqueles canteiros, que mostramos aqui, na postagem anterior? Então, imagine como é que a gente consegue saber qual planta é qual, em meio a tanta diversidade? Pois bem, a cada cerca de dois anos, dependendo do andamento das coisas, realizamos um meticuloso recadastramento dos canteiros, conferindo se as plantas ainda estão vivas (usualmente estão!) e, em determinados casos, transferindo-as para outros canteiros, onde encontrarão melhores condições para cada espécie. São feitos croquis e tiradas fotos, registrando a condição naquele instante, seguindo-se a elaboração de desenhos em planta-baixa, não necessariamente em escala definida. Esses desenhos trazem a localização de cada espécie, acompanhada de seu nome e numeração na coleção.

Ao longo do tempo, havendo alterações nesta localização ou até mesmo retirada ou morte de exemplares, são efetuadas anotações, que são averbadas nos desenhos, ou mesmo anotadas na listagem geral. Assim, quando chegar a época de novo recadastramento (o que está ocorrendo exatamente agora, no Jardim Fitogeográfico), essas eventuais alterações serão consideradas, na elaboração de novos croquis e desenhos.

TODOS OS CANTEIROS E JARDINS SÃO FOTOGRAFADOS, POR OCASIÃO DO RECADASTRAMENTO, GERANDO REGISTRO DE SUA SITUAÇÃO E FACILITANDO A LOCALIZAÇÃO DAS PLANTAS.

Veja adiante exemplos de canteiros cadastrados no JARDIM FITOGEOGRÁFICO, em acordo com a metodologia descrita:


Acima - planta esquemática de um canteiro do Jardim Fitogeográfico, segundo cadastro recente
Abaixo - o mesmo jardim, em fotografia atualizada


A Seguir - A mesma sequência desenho-planta-baixa / fotografia de outro canteiro - o Canteiro Sudoeste




AS PLANTAS NO ARBORETO: Na postagem – A Floresta Recuperada do Jardim Fitogeográfico (link - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2016/10/a-floresta-recuperada-do-jardim.html), você poderá conferir a origem do arboreto, que nada mais era, em 2008, que um capinzal, com algumas poucas árvores espontâneas, na parte posterior de nossa residência, onde está situado o projeto do Jardim Fitogeográfico. Hoje, forma uma bela floresta, comportando grande parte da coleção de bromélias e outras plantas epífitas. Existem aí DOIS SISTEMAS DE CONTROLE, que se interconectam: 1) CADASTRO DE ÁRVORES-SUPORTE (FORÓFITOS) ; 2) CADASTRO DOS CAMINHOS, no qual são registrados tanto a posição das árvores-suporte numeradas, quanto as plantas encanteiradas no solo, ao longo das trilhas.

Assim como ocorre no caso dos canteiros, anteriormente referidos, tudo isso é registrado em fotografias, para ajudar no cruzamento de dados, que permitirá melhor localização e controle das plantas. Veja a seguir exemplos de como são feitos o registro das árvores-suporte e dos caminhos em geral.


Acima - croquis cadastral da árvore-suporte 07 (A07)
Abaixo - imagem recente deste forófito A07 - uma pitangueira, aliás, excelente árvore-suporte



Adiante - sequência similar, que mostra as árvores-suporte A22 e A23, uma aroeirinha e uma capororoca, respectivamente, com suas hóspedes bromélias e orquídeas




Abaixo, exemplo de cadastro de um trecho da Aleia Ivo Penna (nome dado em homenagem ao arquiteto-botânico Ivo de Azevedo Penna, grande amigo, falecido há pouco tempo)




Você poderá eleger seu próprio sistema de organização, ou criar você mesmo, de acordo com suas habilidades e seu conhecimento. Mas, nunca se esqueça da importância que sua coleção poderá ter para a ciência e a cultura. Já vi inúmeras coleções desaparecerem, até mesmo as minhas! A perda é inegável, para a natureza, porque as plantas deixaram de estar nos habitats, para desempenhar suas funções ecológicas; e para a cultura e ciência, porque o conhecimento não deixou nada para as futuras gerações. Então, cuide bem de suas plantas e de sua coleção.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

ORGANIZANDO UMA COLEÇÃO DE PLANTAS – PARTE II: MANTENDO SUAS PLANTAS




Canteiro Sudoeste do Setor Muro Dianteiro do Jardim Fitogeográfico, em Petrópolis, Rio de Janeiro


Na postagem anterior – ORGANIZANDO UMA COLEÇÃO DE PLANTAS – PARTE I: CADASTRANDO EXEMPLARES (POSTAGEM: http://orlandograeff.blogspot.com.br/2017/12/organizando-uma-colecao-de-plantas.html  ) – mostramos a você como fazer para cadastrar as plantas obtidas, de forma a tornar mais organizada e cientificamente válida sua coleção. Falamos sobre numeração das plantas e sua indexação, de modo a jamais perder as informações fundamentais sobre a espécie que entrou em seu valioso acervo.

Lembre-se de que recomendamos que suas coletas na natureza, se forem realmente necessárias, não contribuam para o desaparecimento das espécies, que representam justamente aquilo que você mais ama. Prefira extrair-lhes um propágulo (uma ponta, offshot ou broto lateral), evitando sempre arrancar plantas únicas, em flores ou frutos, para permitir que elas possam de multiplicar em seu meio. Não arranque ou extraia plantas para vender ou fornecer a terceiros; não leve mais que o necessário para seu posterior cultivo e identificação na coleção; se possível, sendo habilitado para isso, proceda à coleta de um ramo fértil (galho florido) e sua posterior herborização, para depósito num herbário de instituição científica; faça boas fotografias e anote tudo o que disser respeito às condições ecológicas da população dessa planta e da comunidade vegetal em que vive.

TUDO ISSO SERÁ MUITO MAIS IMPORTANTE PARA A CIÊNCIA DO QUE A MERA POSSE DA PLANTA, QUE SOMENTE SATISFARÁ SUA VAIDADE DE COLECIONADOR.

Bem, uma vez tendo obtido sua planta – E TORÇO PARA QUE TENHA PREFERIDO GANHÁ-LA OU ADQUIRI-LA POR MEIOS LEGAIS – será hora de escolher a forma como ela será mantida em sua coleção. Você poderá cultivá-las em vasos ou potes, em local apropriado (uma estufa ou casa de vegetação, por exemplo); ou poderá mantê-las em canteiros, ou amarradas às árvores, se forem epífitas; ou entremeadas a pedras ou tocos, se forem plantas saxícolas; ou ainda mesmo afixá-las a superfícies de rochas, se forem plantas rupícolas. Mas, espere aí, o que são plantas epífitas, rupícolas ou saxícolas?

EPÍFITAS: plantas que vegetam agarradas aos galhos ou troncos de outras plantas (principalmente árvores). Usualmente, não são parasíticas, ou seja, apenas utilizam esses locais para atingir a luz e buscar nutrientes, a partir da poeira atmosférica e/ou aerossóis naturais. Orquídeas e bromélias são as mais famosas. Mas, há aráceas, cactáceas, begoniáceas, gesneriáceas, enfim diversas outras que podem mostrar hábitos epífitas, ou epifíticos.

Acima – bromélia Aechmea distichantha vegetando como epífita, na floresta mista de araucárias, em Campos do Jordão, SP


RUPÍCOLAS: plantas que crescem sobre as pedras, utilizando-as exatamente para a mesma finalidade que vimos nas epífitas.

Acima – bromélias Tillandsia tenuifolia com hábitos rupícolas ou litofíticos, num afloramento de rocha granítica, em Milagres, na Bahia



SAXÍCOLAS: embora muito se confundam com as RUPÍCOLAS, as plantas saxícolas vegetam ENTRE pedras, ou depósitos de solos rochosos, metendo suas raízes de entremeio aos blocos e o material terrosos ali depositado.




Acima – belas plantas de Dyckia sp. (Bromeliaceae) crescendo em ambiente saxícola, na Serra Azul, Barra do Garças, Mato Grosso

Então, conhecendo os ambientes em que suas plantas podem crescer na natureza, além do próprio solo, de forma geral, como você acha que seria interessante mantê-las, em sua coleção? Bem, já mencionamos os próprios vasos, de modo geral, que você poderá manter em estufas, ou locais com microclima adequado e semelhante àquele em que elas vegeta, na natureza. Mas, no caso de nosso projeto do JARDIM FITOGEOGRÁFICO, em que tentamos investigar e reproduzir as relações ecológicas das plantas, nos ecossistemas, optamos por outros dois modos de manter as plantas, além é claro da estufa.

CANTEIROS E JARDINS DE ÁREAS CAMPESTRES OU ABERTAS:

São aqueles nos quais cultivamos as plantas provenientes de campos rupestres, campos de altitude, restingas e vegetações de natureza rupestre. São geralmente BROMÉLIAS, ORQUÍDEAS, CACTÁCEAS, ARÁCEAS (principalmente dos gêneros Philodendron e Anthurium) e, em alguns casos, de VELOSIÁCEAS. Praticamente todas essas plantas são provenientes de ambientes extremamente iluminados e arejados, onde formam complexas comunidades botânicas, em que tomam parte plantas terrestres, tais como CLUSIÁCEAS, MORÁCEAS, MIRTÁCEAS e outras arvoretas e arbustos muito tolerantes às condições extremas desses ecossistemas. Nesses canteiros buscamos imitar as paisagens naturais, aprendendo muito com isso sobre as relações entre essas plantas, assim como à própria horticultura a elas relacionada.

VEJA A SEGUIR ALGUNS DOS CANTEIROS DO JARDIM FITOGEOGRÁFICO:







O ARBORETO:

Grande parte das plantas da coleção do JARDIM FITOGEOGRÁFICO pertencem às famílias botânicas BROMELIACEAE e ORCHIDACEAE, caracterizando-se por espécies fundamentalmente epífitas, embora muitas delas apresentem hábitos alternativos, sendo também encontradas no solo, ou nas rochas. Assim, ao mesmo tempo em que reflorestamos uma área de quase 6.000m2, na encosta abaixo da residência, além de mais algumas centenas, numa área de reserva florestal lindeira, começamos a cultivar nossas plantas diretamente nos troncos e galhos das árvores nativas pré-existentes e de algumas daquelas que plantamos. Esta área, cortada por algumas centenas de metros de trilhas e aleias, é chamada de ARBORETO.

O cultivo de plantas no ARBORETO é complexo e trabalhoso, principalmente por causa do contínuo crescimento das árvores-suporte, assim como de outras tantas, que surgem de forma espontânea, produto da regeneração da flora local. Essa gradual evolução do stand florestal determina alteração constante do mapa de sombras e da microclimatologia, ocasionando consequentes mudanças nas condições de cada espécie. Mas, de modo geral, os resultados têm sido gratificantes, ajudando a mostrar de que forma essas plantas se adaptam à complexidade natural de seus ecossistemas. Enfim, é um maravilhoso desafio.

OBSERVE COMO SÃO MANTIDAS AS PLANTAS EPÍFITAS, NO ARBORETO, ASSIM COMO AS TERRESTRES DE HÁBITOS FLORESTAIS:






MAS, CUIDADO! NÃO É APROPRIADO INSERIR ESPÉCIES EXÓTICAS OU ESTRANHAS À FLORA LOCAL, QUANDO VOCÊ TIVER UMA FLORESTA NATIVA CONSERVADA! Elas poderão invadir o restante da mata e concorrer com as plantas nativas, fazendo-as desaparecer. Em nosso caso, o JARDIM FITOGEOGRÁFICO, assim como a reserva florestal lindeira, representam fragmento ressurgente de vegetação, em área isolada das demais florestas, onde somente havia antes pastagens e capoeiras.

Em nossa próxima postagem, vamos comentar o que fazemos para ORGANIZAR A COLEÇÃO, sem perder a identidade e a localização de nossas tantas plantas



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ORGANIZANDO UMA COLEÇÃO DE PLANTAS – PARTE I: CADASTRANDO EXEMPLARES


Canteiro 02 do Setor Muro Dianteiro Sudoeste do Jardim Fitogeográfico, em Petrópolis, Rio de Janeiro


Você também é um amante de plantas? Tem espaço em sua casa? Coleciona plantas? Muito provavelmente, se você está lendo meu texto, será este o caso. Sim, pois a maior parte dos meus amigos da internet, ou representa pesquisadores, ou amantes de plantas, muito embora vinhos também façam parte dos interesses comuns com muitos deles. Então, se você já é um colecionador experiente, talvez pegue algumas dicas nesta postagem; se está começando, ou quer melhorar o nível da coleção, aproveite um pouco da minha experiência, para organizar suas plantas.

Antes de mais nada, é necessário avaliar os propósitos de sua coleção. Pode ser que você apenas goste de juntar plantas, aqui ou ali, levando-as para seu espaço e cultivando-as com carinho, para enfeitar o ambiente. Mas, posso apostar que não! Você é antes de tudo um COLECIONADOR! Colecionaria selos, se fosse o caso; juntaria vinhos, se os apreciasse; enfim, nada de mais, as pessoas gostam de colecionar coisas, é muito bom. Frederico Carlos Hoehne, um dos mais importantes naturalistas do Século XX, afirmava que “todo bom menino começa a colecionar coisas, quando começa a se interessar pelo mundo”. Não fui eu quem disse! Foi Hoehne: COLECIONAR FAZ BEM!

Assim, se você está querendo organizar sua coleção de plantas, é sinal claro de que o interesse botânico surgiu em você e chegou a hora de saber mais sobre cada um dos itens que você juntou; e mais ainda sobre aqueles outros que pretende arrumar por aí. Então, é hora de focar e organizar sua coleção. Se você gosta das plantas que coleciona, deve ter em mente, acima de tudo, que os objetos de seu desejo e devoção precisam ser mais conhecidos, protegidos e até propagados, para que não desapareçam. Sua coleção deve estar apta ao estudo. Pode ser que apenas você se interesse por essas plantas, sendo assim razoável que se torne fácil consultar os dados sobre elas. Mas, é muito possível que ela passe a representar interesse para pesquisadores e estudiosos. Então, é bom que tome alguns cuidados, a saber.

Obtendo Plantas:
Se você coletou uma planta na natureza, e espero que tenha cuidado para apenas retirar um propágulo, ou somente uma amostra, preservando o restante da população, deve anotar cuidadosamente o lugar onde a encontrou (coordenadas geográficas, dados sobre o habitat, forma de crescimento etc.), além de tirar boas fotos da população natural. Uma boa etiqueta ajudará a organizar as plantinhas que conseguiu, até que vão para seu cultivo. A identidade da planta é seu dado mais importante e não poderá ser perdida jamais. Eu mesmo, por força de inúmeras mudanças de endereço, perdi diversas identidades de plantas e hoje olho para elas, desapontado por não poder mais resgatar tão importante informação.

Acima – Orlando Graeff, no início dos anos 1980, no orquidário da Reserva Natural da Fazenda Ipanema, no Mato Grosso, coleção completamente desaparecida, anos depois – perdas irreparáveis para a cultura e a ciência

Cadastrando sua Planta:
Assim como nós temos ID e CPF, as plantas deverão receber um número de identificação, que jamais será mudado. O nome dela é menos importante do que essa numeração, que será indexada a uma ficha, ou listagem. Há quem defenda até que cada indivíduo seja cadastrado com um número, exclusivamente. Se você andou apanhando plantas demais (o que espero não ser o caso), realmente deverá cadastrá-las individualmente, mesmo que se pareçam muito. A MORFOLOGIA É UMA ARMADILHA e é bastante comum que duas ou mais de suas plantas, que você pensava se tratarem da mesma coisa, se revelem espécies diferentes. Então, fica a seu critério essa escolha. Especialmente bromélias podem te pregar este tipo de peça, assim, CUIDADO!

O número da planta não mudará nunca mais! Isso é fundamental. Não se esqueça: há números de sobra, até o infinito. Então, se você coletou uma planta, ou a recebeu de alguém, não importa, atribua-lhe um número, faça sua ficha e, mesmo que ela morra, ou desapareça, não mais utilize este número. Se conseguir outra “igual”, confira-lhe um novo número. Alguém poderá, um dia, realizar um trabalho científico sobre sua plantinha, quem sabe até uma espécie nova. Então, ele citará o material examinado, acompanhado do número de sua coleção. Isso não poderá mudar, sob o risco de colocar por terra todo um trabalho de pesquisa.

Se você conhecer minha bromélia Alcantarea vinicolor, cadastrada sob o número 342, saberá que foi coletada em Pedra Azul, no Espírito Santo, na Década de 1990, pelo naturalista Pedro Nahoum, tendo sido cedido a mim um exemplar, em janeiro de 2000. Daqui a dez anos, se você quiser saber mais sobre esta planta, bastará citar este número e pronto, você terá encontrado a mesma exata bromélia, sem riscos de engano... A não ser que ela tenha morrido! Bem, daí é outro assunto. Afinal, falamos de seres vivos e sobre isso, falaremos numa das próximas postagens.




Acima – A bromélia Alcantarea vinicolor, na coleção do Jardim Fitogeográfico, em Petrópolis

Como Cadastrar:

Enfim, sabendo as boas regras para dar entrada a uma planta em sua coleção organizada, você terá que saber como realizar este cadastro. Algumas coisas são realmente fundamentais e devem constar de seu cadastro: nome da planta (se você já souber); nome vulgar (se for conhecido); família botânica a que pertence; origem do seu exemplar; local de obtenção ou dados do local ou estabelecimento comercial, se tiver comprado; data de obtenção; e as observações gerais sobre a planta, que poderão relacionar dados geográficos, hábito da planta etc. Essa listagem poderá ser feita num programa ou aplicativo específico, ou simplesmente num texto de Word, como é efetuado aqui, no Jardim Fitogeográfico, há muitos anos.

Seja lá como o fizer, tome um imenso cuidado: faça backups regularmente e, se possível, imprima em papel, guardando em local apropriado. Como exemplo de uma ficha de planta, posso oferecer o seguinte:

443 – Bromelia horstii Werner Rauh – Família Bromeliaceae
Origem: Jaciara, Mato Grosso;
Data de Obtenção: 1999, durante viagem à região do Balneário da Cachoeira da Fumaça, juntamente com Luiz Campos Filho;
Observações: Planta extremamente agressiva e guarnecida de espinhos, desenvolvendo intumescimento, na base do caule, que pode permanecer como órgão de sobrevivência, no ambiente pedregoso (saxícola), no qual a planta vive, sendo comuns os incêndios florestais. Produz vistosas inflorescências, com lindas flores violáceas, sobre brácteas rosadas.

Essa planta foi encontrada por nós (o saudoso Luiz Campos Filho – que seria nosso Diretor Administrativo, na Sociedade Brasileira de Bromélias-SBBr, entre 2001 e 2003), enquanto investigávamos a natureza de uma bela região da borda da Serra de São Vicente, no Mato Grosso, já próximo ao Pantanal, onde seria desenvolvido um projeto turístico. Os dados sobre a planta constam da ficha, tendo sido tiradas muitas fotos, que ajudaram na identificação da espécie, feita pelo grande naturalista Eddie Esteves.

Adiante – Bromelia horstii, no habitat, em Mato Grosso (foto em filme negativo), e suas flores, em cultivo, anos depois, na coleção do Jardim Fitogeográfico





Se você tem iniciação botânica, na área de Taxonomia, também poderá coletar material para fazer uma EXSICATA, ou seja, uma amostra da planta seca, para depósito num herbário de sua confiança. Esse procedimento é ainda mais importante do que a coleta de material vivo, para compor sua coleção, pois poderá conferir validade científica para futuras listagens de flora, assim como para a descoberta de novas espécies. Mas, isso requer conhecimento e preparo técnico prático, que não é objeto de nossa conversa de hoje. Então, vamos lá: nada de malbaratar sua expedição, ou sua nova aquisição de plantas. Cadastre acertadamente, para que a ciência tire merecido proveito de sua coleção!


Acima – Canteiro 01 do Setor Muro Dianteiro Sudoeste, no JARDIM FITOGEOGRÁFICO

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Sugestões de leitura neste blog:


E se todos fizessem isso? Coleta ou Extrativismo? Uma Ameaça às Plantas Brasileiras - http://orlandograeff.blogspot.com.br/2013/01/e-se-todos-fizessem-isso-coleta-ou.html